Mazelas do Google

Ruy Miranda
Otimização de Sites


O Google não é deus, embora alguns o venerem.

Esta página tem por finalidade mostrar erros, falhas e omissões do Google, invisíveis aos usuários comuns, e demonstrar que esse mecanismo de busca não está com a bola toda que aparenta. Qual a razão para dizer tais coisas aqui? É que talvez algum funcionário da empresa, ao lê-las, possa tentar melhorar os pontos frágeis aqui indicados.

Nota: 1. Os demais mecanismos de busca não fogem muito do que é apontado aqui. Entretanto, o Google, por deter a imensa maioria da audiência, acaba ditando as regras.
2. Esta página será permanentemente atualizada – quando houver equívoco da minha parte, ele será corrigido; quando houver mudança no Google, o texto correspondente será modificado ou deletado ou esclarecido.
3. Mazelas novas serão adicionadas.

1. Ênfase no Ganho Financeiro – Muitas pessoas, especialmente no Brasil, vêm o Google como uma "coisa" meio milagreira. Oferece um monte de coisas que ajudam muito no dia a dia, tudo gratuitamente. Ledo engano.

O Google é uma empresa capitalista e, como tal, visa o lucro, e quanto maior, melhor. É falsa sua imagem de empresa "boazinha" – tudo que oferece gratuitamente tem por meta "cevar" o usuário e, a qualquer hora, obter um anúncio dele ou um clique nos anúncios dos outros.

Prova: No dia 1 de abril/2007 enviei uma mensagem simulando uma dificuldade que eu estaria tendo no AdWords (anúncio pago). No dia 2 recebi a resposta com as sugestões – isto quer dizer que uma pessoa leu a mensagem, analisou-a e respondeu prontamente.

Na mesma ocasião enviei outra mensagem, por outro canal, relativo a busca orgânica, tratando de assunto diferente, mas importante para um cliente meu. Pergunte-me se até hoje, dia 24/11/2010, eu não recebi a resposta.

No primeiro caso eles avisam que a resposta será rápida, 24 horas no máximo, e o assunto é processado no Brasil. No segundo caso avisam que a resposta pode levar semanas ou um tempo imprevisível; deveriam incluir o nunca, posto receberem perguntas do mundo inteiro e o processamento ser feito nos
Estados Unidos ou em outros centros.

Você pode argumentar que é assim mesmo. Seria impossível eles responderem todas as perguntas ou dúvidas encaminhadas, que não haveria como uma empresa se sustentar fazendo tal coisa. Concordo. Mas você vai também concordar comigo que a imagem de atencioso, de "bonzinho" e de "charmoso" do Google é inadequada. Sua meta é ganhar dinheiro, e previlegiam-se as ações que resultam em faturamento. Mensagens relacionadas a anúncios são prontamente atendidas; mensagens relacionadas com outros assuntos encontram uma barreira que começa pela dificuldade de se achar um meio de enviá-las.

No mesmo campo, caso você coloque anúncios que não dão retorno e suspenda logo sua campanha, o Google fará tudo, e com eficiência, para que você consiga vender. Você será, inclusive, convidado a fazer um curso gratuito de uso do AdWords. Se o seu site na busca orgânica, onde é gratuito, ir mal, azar seu.

2. Falta de Respeito para com os Autores de Sites – Há situações em que a conduta do Google pode ser classificada como falta de respeito para com os autores dos sites. São comuns mudanças nos critérios de posicionamento dos sites ou páginas sem que os autores dos mesmos saibam os motivos. O leitor vai concordar comigo que esta não é a melhor forma de uma empresa se relacionar com o cliente ou com o potencial cliente. Quando a concorrência é forte, mais a empresa, seja qual for ela, se empenha no atendimento e satisfação do cliente. O Google só age assim quando você está pagando alguma coisa.

O Google caminha na direção oposta, embora diga com frequência o contrário, que está mudando uma determinada coisa para melhorar a experiência dos usuários. Veja por exemplo as mudanças que entrarão em vigor em 01/03/2012 na política de privacidade e no uso do site do Google. Eu não consigo ver ali esse interesse, mas tão somente o comercial.

Prova: Há um monte de exemplos a serem citados aqui, mas vou me limitar a um. Recentemente (2007) o Google reprovou o intercâmbio de links com as distorções que vinham sendo praticadas. Entretanto, não foi claro ao explicar quais formas de utilização dos links seriam mais valorizadas ou menos valorizadas, ou ainda, não valorizadas no posicionamento do site/página.

Esta conduta gerou perplexidade entre os otimizadores e todo o mundo está à procura dos melhores caminhos. O que custaria ao Google dar diretrizes claras, já que ele criou o sistema de popularidade do link e é a empresa de buscas que mais o valoriza?

Em casos como esse, o que a empresa faz, usualmente, é enviar mensagens parciais, até mesmo cifradas, especialmente por meio de seu funcionário, o engenheiro Matt Cutts. Por que não escrever nas páginas do próprio Google, com todas as letras, os procedimentos que devem ser adotados? Eu e muitos leitores temos nossas hipóteses para tal pergunta, mas o assunto é muito sério para ser abordado sob forma de especulações. A matéria suscita uma pergunta: por que o Google não se empenha na satisfação de atendimento ao cliente neste item?

É claro que, como empresa, o Google não pode ficar difundindo seu critérios porque os outros mecanismos de busca o copiariam, mas podia ser mais explícito em certos asssuntos, como o citado, com o que não causariam tanta ansiedade nos outros e tampouco estariam revelando segredos empresariais.

Leia um caso pessoal (meu) que reforça esse conceito.

Por dever de justiça devo dizer que em 2012 e no corrente 2013 o Google vem se empenhando em ser mais explícito, colocando informações no seu site. Chega, inclusive, a fazer um breve questionário para saber se as informações dadas foram satisfatórias.

3. Estímulo ao uso da área de webmasters, a qual não se atualiza – De uns tempos para cá (novembro/2010) o Google vem insistindo para que os sites, especialmente os novos, sejam submetidos na área de webmasters para obterem relatórios do próprio Google. A empresa tem colocado sistematicamente anúncios em lugares estratégicos para alcançar os usuários. Este empenho se explica pelo seu interesse em indexar o maior número possível de novos conteúdos. Deveria também ser cumprida a promessa de fornecer relatórios "atualizados". As únicas coisas que o
Google faz rapidamente nessa área é excluir arquivos ou sites, e escanear mapas em xml que lhe são submetidos- o resto fica parado lá meses seguidos sem qualquer novidade. Logo, o Google deveria ser explícito e informar que o maior interessado no procedimento é ele e que não há garantias de fornecer relatórios atualizados. Esperávamos que, com a entrada em cena do Google Caffeine em 08/06/2010 isso viesse a acontecer, mas a referida atualização continua no mesmo rítmo.

Sou de novo obrigado a citar que quando se trata de atender os usuários em situações que não vão gerar faturamento, o Google fica a dever, embora tente aparentar o contrário.

Ainda por compromisso com a justiça devo informar que o Google tem feito (2012 e 2013) mudanças na área de webmasters visando corrigir distorções. Tais mudanças têm resultados em relatórios mais objetivos e rápidos.

4. O Google Obriga Você a Fazer o Site de Acordo com as Conveniências DELE e Não com Relação à SUA Com Seus Clientes – O Google introduz mudanças no posicionamento das páginas de acordo com suas conveniências, de acordo com o que é melhor para os seus programas, de acordo com o que vai lhe dar mais lucros, e você é obrigado a atendê-las, ainda que elas colidam com os interesses seus na relação com seus clientes.

Exemplo. Neste ano de 2007 os webmasters do mundo inteiro, especialmente dos países mais desenvolvidos, estão atordoados com a exarcebação de um fenômeno que é o súbito desaparecimento de certas páginas das primeiras posições, em certas palavras ou frases, e sua colocação na última página dos resultados, pelo que estão chamando tal prática de punição última página e punição 950. Por vezes a página, para uma determinada busca, simplesmente desaparece. Há relatos dos mais variados sobre o que está ocorrendo – uma delas dá conta de que o problema foi resolvido reduzindo-se a densidade da palavra-chave.

Ora, um dos conhecimentos mais elementares de marketing no mundo da internet é a grande dispersão dos usuários na exploração de uma página da web, o que obriga você a repetir certas coisas na página. Sabemos que os usuários percebem apenas 40% do conteúdo das páginas; os outros 60% passam despercebidos. Se você fala, por exemplo, para a pessoa "comprar tal produto" uma única vez, ou digamos duas, há grande chance de ela nem perceber sua sugestão. Mas se você disser isso várias vezes na página, há chance de seu apelo entrar nos 40% e ela efetuar a compra. Ao proceder dessa forma, você está fazendo o melhor para a sua relação de vendedor com o seu cliente, mas tal repetição pode ser punida pelo Google.

Entretanto, outros fizeram o mesmo, ou seja, reduziram a densidade, e nada conseguiram. Outros compararam as páginas punidas com as de concorrentes colocados nas primeiras posições, em todos os fundamentos da otimização, e não encontraram diferenças. Outros que modificaram as metatags obtiveram êxito; o mesmo procedimentos não deu resultado com terceiros. Dá a impressão, em alguns casos, que o procedimento foi manual, ou seja, que alguém do Google, e não o programa, aplicou a punição. Há quem pense que se trata de um bug no programa do Google, que não pode ser admitido publicamente e, por isso, se recusam a explicar esses acontecimentos.

5. O Google Está Colocando os Programas de Afiliação contra a Parede – Os programas de afiliação têm como norma geral, ajudar os afiliados a divulgar os produtos. Essa ajuda em geral vai sob a forma de textos, acompanhados ou não de imagens. Por vezes o afiliado utiliza uma página inteira oferecida pela empresa promotora, necessária para informar os múltiplos aspectos do produto. Ora, para a divulgação por meio de milhares de afiliados, haverá repetições, por mais criativos que sejam os marketeiros. E o que acontece com as páginas dos afiliados? Perdem posições por serem repetição, e perdem visibilidade.

Certa feita recebi um telefonema de uma pessoa desesperada com as perdas de posições no seu site no Google. Na conversa ao telefone encontramos a causa: era a divulgação de produtos, na sua condição de afiliado. O que ela ganhava como afiliado de algumas empresas, complementava seu renda mensal. Subitamente esta renda desapareceu. Foi ruim para ele, foi ruim para as empresas que desenvolviam as campanhas. E para o Google? Deixo a resposta por sua conta.

Está bem, concordo que o Google não está aí para "empregar" usuários, ou possibilitar-lhes renda extra sem receber algo, como no AdSense. Mas tal mudança deveria ser precedida de ampla divulgação, de forma clara e transparente, e não como aconteceu. Como aconteceu? Da forma habitual, por meio de metáforas, frases incompletas de funcionários seus, dirigidos ao público americano. Somente quem é do ramo e fica permanentemente sontonizado com o mercado americano, fica sabendo dessas coisas com antecedência. Mesmo lá, o usuário médio, que mantém seu próprio site, é apanhado desapercebido, como foi o caso que relatei acima.

Esse caso da duplicação de conteúdos tem várias particularidades, mas vou me referir aqui a um: dirigentes do Google informam que se a repetição não for substancial, não há problema algum. Mas o que é "substancial"? Seria um texto com 10 palavras, com 20, com 40, 100, etc?

Essa questão de afiliados merece mais algumas considerações. Se você entrar numa campanha do AdWords e colocar na página de destino um link que conduza a uma terceira empresa, será logo advertido que o anúncio foi recusado. Mas simultaneamente oferece um link para um lugar onde são dadas instruções para construir páginas de afiliados que são aceitas.

6. Mudanças Freqüentes no Algoritmo – O Google muda o algorítmo com tanta freqüência que se torna difícil saber qual a melhor prática. Exemplo: em 2007 o Google fez 450 ajustes no seu algorítimo e este atingiu o recorde de 200 variáveis. Em 2012, foram feitos 500 ajustes até o mês de novembro. Ou seja, além dos freqüentes ajustes, sobre os quais não temos qualquer conhecimento a não ser pelas alterações nas posições, é impossível deter conhecimento sobre todas as variáveis envolvidas no processo.

O MSN e o Yahoo, por não mudarem seus algorítmos com tanta freqüência, apresentam resultados muito mais estáveis, com o quê, dão mais tranquilidade aos proprietários de sites e aos webmasters.

7. PageRank – O PageRank, uma medida que é um dos mais importantes sustentáculos do posicionamento no Google, e que que se convencionou chamar de popularidade do link, está cada vez mais complexa. E, do lado do usuário, cada vez mais enrolada. O que mais se vê nos fóruns que tratam de posicionamento, principalmente nos Estados Unidos, está direta ou indiretamente ligado ao PageRank. Desconfio que o próprio Google está sendo vítima da sua criatura. Há mais de um ano que vejo em fóruns, expressões do tipo: "pelo menos até ontem era assim", "ao que eu saiba não mudou", "fiz como sempre fiz e está dando problema", "se mudou eu não sei", "vou listar algumas, mas não garanto que elas estejam vigindo hoje ", todas relacionadas direta e indiretamente a PageRank. Entretanto, em 2008, o PageRank deixou de ter a importância que tinha. Mas não sabemos qual a real importância dele hoje (janeiro/2009). Há dados totalmente conflitantes.

Em 2011 o Google ressuscitou a importância do PageRank de novo, agora partindo da premissa que o programa Panda tinha mais condições de avaliar a qualidade ou autoridade dos links. E ao mesmo tempo tornou mais estreita a passagem de um link para a listagem do seu index.

8. Rebaixamento do Pagerank – Milhões ou bilhões de páginas sofreram rebaixamento no PageRank recentemente (2008) e outras estão sendo rebaixadas. Em geral, quem tinha pagerank 5 caiu para 4; quem tinha 4 caiu para 3, e assim por diante. Pelo que tenho visto em fóruns americanos, o processo começou há cerca de dois anos (2006). A finalidade seria dar um alerta, uma indicação de que há algo errado no site.

E o que vemos são milhões de pessoas arrancando os cabelos de tanta apreensão. O Google informou que certas quedas no pagerank não interferem no posicionamento, e que uma vez corrigido o problema, o pagerank volta ao que era antes. Mas como convencer os mais ansiosos de que isto é verdade? Por que o Google, ao rebaixar o pagerank, não deixa uma comunicação dos motivos?

Se você acha que pode encontrar as respostas na ajuda ao webmaster, e com a utilização dos relatórios do mapa do site em xml, está parcialmente enganado. Há situações em que não se encontra nada ali que justifique tal procedimento.

9. Redirecionamento e PageRank – Os redirecionamentos são tarefas complexas em certas situações. Quando envolvem a transferência de PageRank, outros problemas são adicionados.

Talvez o maior problema esteja no momento certo de se deletar a página antiga, assim como eliminar seu URL da internet (ou, pelo menos, do banco de dados do Google). Esse "time" difere nos diferentes depoimentos de webmasters mundo afora. E o mesmo "time" pode dar resultados diferentes. E sabe o que acontece se o rank da página antiga deixar de ser transferido "fora da hora" para a página nova? Ocorre queda no PageRank da página nova, queda na posição (deveria ocupar a mesma posição da página antiga), queda no número de visitantes, queda nas vendas, queda na lucro. E sabe o que acontece com o Google? Nada. Portanto, faltam evidências do que o "juice", como chamam os americanos, da página antiga seja transferido para a nova.

10. Personalidade Anal – Aparentemente o Google apresenta o que os psicanalistas chamam de personalidade anal. Quer reter tudo, guardar tudo, controlar tudo. Se você for reformular um site antigo, que sofreu mudanças, sem os respectivos redirecionamentos, prepare-se para conhecer esta "face" do Google, e ficar meses pelejando com os relatórios oriundos do mapa do site em XML. E durante meses o site não tem o desempenho que pode ter e, em alguns casos, perde, nesse período, a visibilidade que tinha. Ao usar os webmasters e donos de sites para "limpar" seu banco de dados, o Google impõe-lhes perdas. Isto me parece tão sério que estou tendendo a não mais submeter ao Google, por esta via, sites de passado complicado. O sistema do mapa do site em xml funciona muito bem para sites novos e antigos "limpos". Parece que nos outros, o melhor é fazer mudanças graduais, acessíveis pelas visitas normais dos robots.

Um paradoxo neste caso é a MSN. Convencida pelo Google a adotar o mapa em xml, passou a fazê-lo neste ano de 2007. E sabe o que ela faz? Aparentemente deleta tudo que existe sobre o site no seu banco de dados e passa a exibir apenas as páginas indexadas a partir do mapa do site. Simples e prático, não é?

Mas o Google quer se transformar literalmente no arquivo do mundo. Com isso, traz problemas para nós e vai acabar se enrolando com o acúmulo de dados.

11. Canonização – O Google, o Yahoo e MSN, sob a liderança do Google, introduziram o link "canonical" que indica que o conteúdo de uma página se repete em outro(s) URL(s) ou que mantém enorme semelhança com ela(s) no mesmo site. Isso em princípio é interessante para o usuário que utiliza uma hospedagem que não fornece serviços de redirecionamento ou quando o site repete quase todo o conteúdo de uma página em mais de uma URL, ou ainda, quando vários arquivos apresentam diferenças mínimas no conteúdo. É também interessante para os outros usuários porque depois de estabelecida essa relação entre dois ou mais URLs o acesso do robot à página canonizada é mais rápido do que se tivesse de passar sempre pelas instruções de um redirecionamento. Se as páginas do seu site carregam rápido, isto é bom para os mecanismos de busca e possivelmente vão gerar alguns milésimos de pontos para o seu posicionamento. Entretanto, o Google demora demais a sacramentar a cononização que você faz. Se há muitos links que vão receber a mesma canonização, isso pode levar meses, ainda que o Google Caffeine esteja atuando. E, se há alguma diferença entre as páginas, por menor que seja, tal demora o deixa sem saber se é devida ao costume ou pela demora normal (isto é válido especialmente para o caso em que há, digamos, diferença de um ou dois links de uma página para outra ou entre as páginas).

Mais uma vez o Google liderou uma mudança na Internet visando o seu interesse, enquanto o interesse do usuário ficou em plano secundário.

12. Cinismo em Relação à Venda de Links – O que ocorre em relação à venda de links pode ser classificado como cinismo. Confesso que recorri ao Houaiss para checar se não estaria sendo precipitado no uso deste substantivo. Vi que não estou. Se você for apanhado com links comprados, seu site será punido. Dependendo das circunstâncias, sua empresa poderá quebrar. E, no entanto, o Google veicula sites que vendem links. Não é paradoxal?

Você pode fazer uma busca no Google com as palavras 'sale links' (venda de links) e 'buy links' (compre links). Um dos sites, Linkadage tem pagerank 5, o que comprova, de um lado, sua eficiência no negócio e, de outro, que o Google o premia e o reconhece como sendo útil aos internautas. O Google fez uma varredura nos sites que anunciavam 'links pagos' (paid links), mas convive com aquelas duas expressões, assim como to buy links (comprr links). Um desses sites, o Linkadage informa (2011 - e continua com pagerank 5) que tem uma lista de 15.000 webmasters interessados na compra de links de Pagerank 3 ou mais. E ela aparece na primeira posição quando se busca por 'sale links'.

Em 2013 o Linkadage foi rebaixado para PR 4 e caiu para a décima posição na busca de sale links, quarta posição para sale link e se mantem em primeiro lugar na busca por sell link.

Eu até acredito que algumas pessoas, fissuradas no Google, poderão encontrar alguma justificativa para isso, do tipo: os anúncios são automáticos e o Google não sabe o que está saindo. Ledo engano. Fui procurado por uma pessoa que queria otimizar o site para ter visibilidade orgânica porque o Google estava se recusando a continuar exibindo seus anúncios. O motivo se baseava no fato de que parte dos produtos que ela anunciava por cerca de vinte reais, fora baixado da internet e havia direito autoral em jogo. Aqui fica fácil de entender: um processo judicial por quebra de direito autoral arrastaria o Google também e, por isso, ele tratou de sair da reta. Por fim, tais anúncios de links pagos são por demais conhecidos no mercado americano, e o comportamente do Google a respeito deles é discutido abertamente em artigos, fóruns e painéis. Portanto, o pessoal do Google sabe dos negócios de compra e venda de links, e adota conduta incerta.

Por que o Google permite sites que quebram as suas regras na sua parte mais importante, na sua espinha dorsal, e que é o uso indevido de links, e se nega a veicular os anúncios de uma pessoa que vende um produto por pouco mais de vinte reais? É um novo paradoxo, não é? Mas a explicação me parece simples: no primeiro caso, o Google não tem de prestar contas a ninguém, e no segundo, pode ter de fazê-lo à justiça. Então você vai concordar comigo que o substantivo cinismo é aplicável nestes casos.

Se alguém comprovar que você tem links comprados você será punido.

Podemos fazer um paralelo; o Google acha que o usuário de drogas seria passível de punição; o traficante não.

Isso mudou consideravelmente em 2012 com o programa Penguin, mas é forçoso dizer que o Google, com ele, está pegando só peixes miúdos.

13. Falácia: Grande Site é Melhor do que Grande Código – O Google, por meio de seu porta-voz Matt Cutts, diz, com regularidade, que eles dão mais importância a um grande site do que a um grande código. A última vez foi em Abril/2007. Com isso ele está querendo dizer que as pessoas devem se preocupar mais com os usuários do que com os robots. E, ao procederem assim, estariam dentro das linhas de conduta sugeridas pelo Google. Seria de se esperar que esses sites que se preocupam mais com o conteúdo e a informação fossem premiados. Mas não é isso que acontece.

O Google está olhando, como sempre fez, mais para o código e os links externos do que para o conteúdo. Haja vista que a Internet, especialmente no Brasil, está cheia de páginas que aparecem nas primeiras posições por espamearem o código. Temos de reconhecer que com o advento do Google Caffeine e a implementação de mais filtros isso tem melhordo muito.

O Google, como nenhum outro mecanismos de busca automático, não tem elementos para aferir diretamente a importância do site. Por isso mesmo, sites de ótima qualidade não aparecem nas primeiras posições. Para achá-los o usuário precisa ser perito em busca avançada e fazer várias combinações.

Muitos usuários já tiveram outro tipo de experiência aplicável aqui. Depois de muito tempo veiculando seus sites exclusivamente por meio de anúncios pagos, são surpreendidos pelo mau posicionamento dos mesmos quando resolvem dar mais atenção ao posicionamento orgânico. Ora, quando você faz um site visando anúncios, você está pensando apenas em como sensiblizar o usuário, não está pensando tanto em código. Esses sites deveriam se posicionar bem nas listas orgânicas, você não acha?

Por isso, o que dizem é uma falácia.

14. Estimula o Spam ou se Acha em Permanente Bug – Desde que o Google ressuscitou, em 2007, a meta descrição como elemento importante no posicionamento das páginas, temos assistido a um crescente festival de spam nessa meta tag e até no título. Sites que espameiam títulos e meta descrição têm sido premiados com promoções no posicionamento. Assim, fica parecendo que o Google estimula o spam. Entretanto, como isso é algo ruim para o próprio Google, fica como alternativa explicar o fenômeno como um bug nos seus bancos de dados.

O bug seria uma conseqüência da incapacidade de seus programas executarem todos os comandos, em função do excesso de dados, o que, por sua vez, é conseqüência da política assinalada no item 10 acima. Desconfio, seriamente, que a coisa esteja fugindo ao controle, tal a aberração de certos resultados nas buscas. A perda de controle pode ser tal que se torna impossível, até, correções manuais. Provas: Evidência de que Pode Estar Ocorrendo um Bug no Banco de Dados do Google e em links encontrados ali.

Quem otimiza sites, aqui ou nos Estados Unidos ou em qualquer outra parte do mundo onde o Google está presente, sabe que há situações em que é absolutamente impossível haver alguma penalidade sobre um determinado site e ele se comporta como se estivesse sendo punido. Não falo de ausência de justificativa de penalidade apenas pela análise superficial, de detecção dos truques, erros e equívocos mais comuns; falo destas e de outras análises mais complexas, levadas a cabo por quem tem muita experiência.

Por isso começo a ver citações de webmasters americanos desses "buracos" no Google – isso tem um grande significado. É que lá qualquer crítica precisa ser feita com muito cuidado e provas robustas, posto que podem ser objeto de ações judiciais de valores altíssimos. E quando começam a aparecer esses comentários escritos lá, é porque a coisa está ficando fora de controle. Em muitos casos a penalidade no Google não é nada mais nada menos do que um bug.

Há situações de bug que não envolvem penalidades. Você pode se deparar com coisas absurdas no seu site ou em alguma página, que resulta de um bug. E, ao que parece, com o seu gigantismo, com a quantidade de dados cada vez maior para processar, os erros aumentam. É comum nos depararmos com o relato de certos problemas em fóruns especializados americanos, os quais são fora de qualquer senso lógico e são atribuídos a bug do Google. Por isso, bugs no Google são mais comuns do que imaginamos.

Curiosamente, ao rever este texto nesta data (01/11/2010), observei que um artigo que escrevi em 2008 intitulado Google Estimula o Spam ou Está em Bug e que foi muito lido na ocasião, parece atual, a despeito da "cafeína". Dei uma espiada na página "Campos do Jordão", que serviu de ilustração para a matéria e, por incrível que pareça, todos os sites que se acham na primeira página e começo da segunda procederam ao mesmo spam...

É necessário assinalar hoje (22/01/2010) que houve uma grande melhora com a entrada em cena do Google Caffeine.

15. Faça o que eu digo mas não faça o que eu faço – Se você fizer uma busca por 'directory' (diretório), vai encontrar em primeiro lugar o Google Directory e em segundo lugar o ODP - Open Directory (em 2010 caiu de posição), também chamado de DMOZ. Ocorre que o diretório do Google é uma duplicação do Open. Os dois são como irmãos siameses. O Open é controlado pela AOL e esta pelo Google. São tão íntimos que o Google chegou a citar o OPEN, em uma de suas patentes, como uma das ferramentas para classificar sites. Agora, se você fizer o mesmo e duplicar um diretório qualquer ou um site qualquer ou uma página qualquer, e for descoberto, sabe o que acontecerá? Será punido, perderá posições. Faça o que eu digo...

É preciso fazer um esclarecimento: o Google desativou o Google Directory em 2011, sob a seguinte alegação: "Nós acreditamos que a Busca na Web é o caminho mais rápido para encontrar na web a informação que você precisa."

Observe que a retirada do diretório não foi por duplicação de conteúdo. Mas se você duplicar dois sites... Ademais, manteve o Open...

Outro exemplo. O Google considera que uma página não encontrada deve ser personalizada e indica como deve ser uma boa página de erro 404 (na essência dá opções sob a forma de links para outras páginas ou áreas do site com o fim de evitar que o visitante abandone o site). Entretanto se você fizer uma busca errada nas páginas do site do próprio Google você verá que ele não retorna com sugestões de links. Neste link está a mesma página com as letras aaa no final do URL.

16. Banimento total e parcial sem direito de defesa – Seu site pode ser banido total ou parcialmente do index do Google, sem direito de defesa, depois de ter cometido, de boa-fé, algum ilícito, ou ter contratado uma empresa de otimização que pratica, de má-fé, truques para ganhar posições. Por banimento parcial estou me referindo aqui à suspensão da home na listagem de páginas do site, enquanto as outras permanecem; em geral, a partir daí, o Google também não indexa outras mudanças ou atualizações. A minha experiência, associada aos depoimentos de outras pessoas, é que é perda de tempo fazer um pedido de reconsideração. É uma situação que faz lembrar sua ida a uma delegacia de polícia no Brasil para registrar uma queixa por furto: é tempo jogado fora. E o pior: na maioria das vezes o usuário não sabe porque foi punido e tampouco se a punição é temporária ou definitiva.

Devo registrar, entretanto, que nesta data de 01-11-2010 observo que o Google fez alguns avanços nesta área e tem voltado rapidamente com o site ou página em muitos casos.

17. Informações de mudanças no algorítmo por metáforas – É muito comum o Google informar mudanças no algoritmo por meio de metáforas, embora a imensa maioria das pequenas mudanças não sejam informadas por meio algum. As metáforas dão margem a interpretações variadas. Se você interpreta de um jeito, vai ajustar seu site à sua interpretação. O outro vai ajustar de outra forma. Um dos dois estará errado e vai perder tempo e ter aborrecimentos até descobrir que o caminho é outro. Um exemplo ilustrativo de como as metáforas são perigosas.

Em outubro/2008 o CEO Eric Schmidt, do Google, perante uma audiência de executivos da área comercial, disse, a respeito da qualidade do conteúdo, que a Internet é um esgoto. Complementou que as Marcas são o caminho para separar o que presta e o que não presta nesse esgoto. (Brands are the solution, not the problem...Brands are how you sort out the Cesspool.). Em primeiro lugar essa afirmação indica que a Marca é um sinal de boa reputação. Em segundo lugar, para melhorar o conteúdo da Internet, um dos caminhos é promover os sites de Marcas reconhecidas. Pois bem, no dia 18 de janeiro de 2009 o Google operou uma grande mudança no seu algoritmo. Muitos sites foram rebaixados. Por exemplo, o da Amercan Airlines (www.aa.com) saiu das primeiras posições na busca por ‘airline tickets’ para o meio da segunda página. Onde está o valor da Marca para caracterizar a boa reputação? O otimizador da American Airlines deve ter ficado bem tranquilo em outubro de 2008 e indignado em janeiro de 2009.

18. O index não é confiável depois que você efetua várias mudanças em URLs do site – Se você efetua mudanças nos URLs do site, os dados sobre ele no index do Google devem ser olhados com cautela, mesmo os dados listados na área de webmasters. Em certas situações, aparentemente, os programas do banco de dados param de funcionar. Isso ocorre quando há bloqueios ao Googlebot e/ou redirecionamentos, e/ou exclusão de páginas na área de webmasters. Aliás, é justamente nessa área, onde as informações deveriam ser mais precisas, que você encontra o reconhecimento explícito do Google, de sua falibilidade.

19. Informações desatualizadas na área de webmasters – São muito comuns aparecerem nos relatórios dos sites, na área de webmasters, informações desatualizadas. Tão comum que há uma advertência de que as informações ali contidas podem não corresponder à real situação do site. Pode haver um monte de explicações para isso, mas nenhuma justifica. Informação desatualizada numa área como esta é inaceitável, e o pior, induzem muitos webmasters a erros. Neste caso, podemos dizer que a ineficiência do Google pode prejudicar um site.

Observação: Neste quadro havia uma informação de que na área de webmasters "Nem todos os erros são problemas reais".

Ao que parece retiraram a informação.

20.Truculência do Google: uma face conhecida de muitos – Vou relatar um caso pessoal que ilustra o tema. Meu blog sempre foi publicado num diretório deste site. Em 2011, ao perder posição nas buscas, procurei ver o que teria acontecido. Dei falta das páginas do blog. Elas foram redirecionadas para um subdomínio do blogspot. Olhei o que havia no servidor e lá encontrei um arquivo de redirecionamento. O blog era hospedado pelo blogger.com que, como o blogspot.com, são propriedades do Google. Achei que houve uma truculência por parte do Google, mesmo porque eu sequer fui avisado. A perda de posição ocorrera porque houve um súbita perda de grande quantidade de conteúdo. O pagerank continuava o mesmo.

Isso aconteceu com 5,2% dos blogs instalados em sites e que se achavam hospedados no blogger.com. Como sói acontecer, já que não houve explicações oficiais, surgiram especulações. Uma delas dizia que um blog situado em diretório de site era um ploblema para o AdSense, ou seja, era problema para faturar...

Indignado, deletei o arquivo de redirecionamento e o subdomínio, e em uma semana recuperei a posição perdida. Mas eu sabia que as coisas ficariam difíceis mais á frente, mesmo tratando de hospedar o conteúdo do blog no WordPress. Os programas do Google não estão preparados para enfrentar tamanha insolência. Poderiam tolerar um pouco mais se eu redirecionasse as páginas do subdomínio para os novos endereços. Mas esta ação seria batalha perdida também. Se você redirige o arquivo A para o arquivo B, não terá todo o rank que tinha no arquivo A. Esse processo leva a alguma perda. Mas se você redireciona A para B e B para C, como seria o caso, praticamente não terá rank algum transferido de A para C. O rank (ou "juice" como alguns gostam de dizer) estava perdido de qualquer forma - era uma questão de tempo, como de fato ocorreu. Então como consequência da truculência do Google perdi rank e posições (aqui suspeito de que tenha ocorrido uma ajudazinha de mão humana, pois muita gente não sabe conviver com a crítica).

Outro exemplo da truculência do Google ocorreu em 2012 com a retirada do Google da parceria com o Firefox. Foi uma choradeira geral. Lendo depoimentos de webmasters e profissionais americanos de diversas áreas dá pena. Não se trata de caprichos ou resistência à mudança em muitos casos - o Fiorefox tinha, com a barra de ferramentas do Google, inúmeras utilidades objetivas. Há quem diga que isso foi para forçar o uso do Chrome. Mas o Chrome, por visar rapidez de download, é limitadíssimo e, com perdão da má palavra, um saco quando precisamos utilizar certos recursos já que são limitados e não há menu no topo. O que o Google faz diante de tantas queixas? Nada. Ou limita-se através de funcionários não identificados como tal, a sugerir add-ons em substituição ao que desapareceu. Ocorre que não há add-ons para tudo e o Google informa que não tem nanhuma responsabilidade no uso desses programas. Você, que eventualmente gostava ou precisava muito da barra de ferramentas do Google no Fierefox, que se dane.

21.O Google às vezes chantageia – Eu sou dado ao trabalho solitário, embora não tenha dificuldades no contato interpessoal. Por isso não frequento redes sociais. Entretanto fui obrigado a me inscrever no Google+. Na verdade considero que fui chantageado. Como homem que trabalha com internet preciso ter o máximo de evidência nos resultados de busca orgânica. Veja o que o Chairman Eric Schmidt escreveu:

“Within search results, information tied to verified online profiles will be ranked higher than content without such verification, which will result in most users naturally clicking on the top (verified) results. The true cost of remaining anonymous, then, might be irrelevance.”

Ou seja, se há verificação no perfil, o desempenho do seu conteúdo será maior do que se não houver verificação. Em outras palavras, se eu assinar o Google+ para ajudar na competição com Facebook e outros, poderei ser premiado com posições melhores na busca. A reputação de meu site poderá ser maior se estou no Google+. Pode?

10/Maio/2007 - Atualizado em 09/Junho/2007 - Atualizado em 22/Junho/2007 - Atualizado em 04/Julho/2007 - Atualizado em 10/Julho/2007 - Atualizado em 06/Setembro/2007 - Atualizado em 10/Setembro/2007 - Atualizado em 24/Janeiro/2008 - Atualizado em 25/Abril/2008 - Atualizado em 16/Setembro/2008 - Atualizado em 03/08/2008 - Atualizado em 16/01/2009 - Atualizado em 28/02/2009 - Atualizado em 05/03/2009 - Atualizado em 09/Maio/2009 - Atualizado em 12/Junho/2010 - Atualizado em 01/Novembro/2010 - Atualizado em 24/Novembro/2010 - Atualizado em 23 de Julho de 2011 - Atualizado em 31 de Julho de 2013

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